sábado, 22 de dezembro de 2012

Maneiras de se partir um coração.


"Ele sabia que existem muitas maneiras de se partir um coração. Às vezes é pela agitação da vida, a compressão da responsabilidade, o direito e o dever que sufocam a ponto de você não mais conseguir respirar. Apesar de seus pulmões estarem funcionando bem.
E às vezes é pela crueldade casual de um destino que leva você para longe de onde pensou que terminaria.
E às vezes é a velhice diante da juventude. Ou a doença diante da saúde.
Mas às vezes é apenas porque você está olhando nos olhos de seu amor e a gratidão por tê-lo em sua vida transborda... porque você mostrou a essa pessoa o que havia dentro de você e ela não fugiu assustada nem se virou; ela o aceitou e o amou no meio de sua paixão e de seu medo... na combinação dos dois."

Wrath.
Irmandade da Adaga Negra: Guia Oficial da Série
- J. R. Ward

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Peso de Uma Expectativa.

"Hoje ele veio me falar das flores. Das flores, do jardim, das estações, do rio que corria em sua vida, do medo. Hoje ele veio me falar de expectativas. Dessas que a gente sufoca o outro sem ver, miudinhas, rotineiras, demasiadamente fantasiosas. Pensei no mundo, nos outros, pensei em mim.

Lembrei-me de todos os meus sonhos de adolescente e quantos deles já tinham ficado para trás simplesmente porque existiam expectativas demais, fundamentadas em realidade de menos. Pensei em quantas vezes sufoquei um relacionamento por esperar demais do futuro, em quantas pessoas perdi por esse caminho por simplesmente não ter a leveza necessária para deixar o rio da vida correr por si só. A dura verdade é que num mundo onde amar virou sinônimo de coragem, a gente por vezes tem um pouco de ansiedade com o amanhã. Ou a grande palavra do momento: pressa. A gente tem medo de acabar a tia solteirona na festa de aniversário do filho da melhor amiga, ou de passar a vida inteira sem conhecer prazeres como decorar o quarto do casal ou escolher o primeiro sapatinho do bebê. Ainda mais atemorizante, a gente tem medo de acabar só no deleite de nossa própria companhia, o que implicaria em liberar do armário escuro e sombrio todos os nossos monstros particulares que tanto relutamos em esconder. A consequência de tanta pressa são casamentos precipitados, relacionamentos forçados, rompimentos precoces e amores que são causa ao invés de serem efeito. Em outras palavras, o resultado se configura em expectativas demais, derramadas súbita e integralmente em cima de pessoas que, naquele momento, podem não estar preparadas para corresponder. Reticências pontuando frases que mereciam boas vírgulas e um ponto final.

Pensei em caminhos, descaminhos, escolhas. Pensei em quantas vezes culpamos o destino, o universo, Murphy e o karma por uma realidade diferente da que a gente esperava. Em quantos milhões de desculpas arrumamos para o comportamento divergente do outro e para tantas atitudes (ou falta delas) para silenciar a dor e a ansiedade que alimentamos em silêncio. Queremos encontrar culpados para um crime que nós mesmos cometemos: a pressa de uma escolha. Nem karma, nem Murphy, nem uma força maior somada a um infortúnio de coincidências. Nós escolhemos estar ali e queremos que o outro faça essa mesma escolha em um tempo que na verdade é inteiramente nosso.

Clichê, mas a vida é mesmo um grande rio sinuoso, em constante movimento. Nós, somos apenas bons navegantes que temos a sorte de poder escolher a direção, a velocidade e a bagagem que levaremos pelo caminho, que nos instiga a correr o risco do inesperado correnteza afora, ou nos intimida através do medo, limitando nossa trajetória ás margens próximas onde supostamente existe segurança. Se arriscar, significa aceitar o que o rio tem a oferecer de peito aberto, com a consciência tranquila que nada que a correnteza traz é ao acaso. É acima de tudo, saber respeitar os momentos de cheia e seca que a natureza impõe, sabendo que tudo na vida são fases, com estações passageiras feitas para o corpo d’água se recompor e seguir inteiro, sem fragmentos de viagens passadas, pronto para novas turbulências.

Hoje ele veio me falar de perspectivas. Aquilo que a gente inventa, sem deixar que simplesmente seja. Pensei no tamanho e na fluidez da bagagem que muitas vezes levamos no nosso pequenino barquinho, na “malinha” cheia de expectativas, frustrações e dores de amores mal curados. Cacos e peças desconexas que não fazem mais parte do quebra cabeça do presente e que deveríamos ter deixado para trás, liberando espaço para uma bagagem, de fato, enriquecedora. Afinal de contas bagagem que guarda tristeza e sofrimento, pesa e a gente só abre pra quem demonstra reciprocidade. Quanto mais leve a mala, mais fluido o barco desliza pelo rio. Calmo, natural, como tem que ser.

Penso sobre passado, presente e futuro. Penso sobre amor e toda sua eternidade no breve espaço de um segundo. E finalmente entendi, que expectativa gera frustração sim, apenas quando depositada sobre ombros despreparados. Preparo exige calma e tempo. Construir vontades também. Porque ir devagar, na maioria das vezes é muito mais rápido.

Sentada ali no parapeito da janela, vendo o sol deixar esse lado do mundo para poder iluminar os dias daqueles que estão tão distantes, observando os carros passando velozes pela rua, os passarinhos buscando seus ninhos, me dei conta de que no fundo eu e o resto do mundo só queremos um lugar pra voltar.

Hoje ele veio me falar do medo. E eu, sem nenhuma expectativa, falei pra ele de amor. Fluimos. Com a leveza de um agora vivido sem pressa nenhuma."

Autora: Danielle Daian
Fonte: http://www.casalsemvergonha.com.br/2012/06/29/o-peso-de-uma-expectativa/

terça-feira, 29 de maio de 2012

Proibido ser morno.


"Hoje acordei cheio de vontades, engasgado com meus tantos anseios. Ainda na cama desejei ser um galã à moda antiga e quem sabe enviar uma carta apaixonada para bem longe, só pelo prazer de esperar ansiosamente por uma resposta construída com palavras imprevisíveis. Abri os olhos com a ânsia gritante de recrutar amigos, dos mais sem vergonha, e fazer com eles minha primeira serenata, dessas que começam com pedra atirada na janela e termina em aplausos solitários e lágrimas caindo de surpresa sobre o parapeito do meu peito, água derramada pela mulher descabelada, que envergonhada mostraria todos os dentes num sorriso impossível de ser guardado para mais tarde.

Hoje despertei arrependido pelas tantas portas de carro que deixei fechadas, com medo de ser cavalheiro em demasia, de fachada, a ponto de parecer mal-intencionado num mundo que atropelou tanta gentileza do passado. Acordei sem conseguir engolir as muitas vezes que cheguei à casa dela de mãos vazias, quando o que mais queria era ter sido portador de um buquê com rosas bem tagarelas, que infelizmente deixei caladas, intocadas na vitrine da floricultura.

Hoje chorei por ter perdido os versos que a vida me obrigou a esquecer antes mesmo que eu pudesse escrevê-los em algum guardanapo de boteco, SMS etílico ou no coração alado de alguma mulher que por ao menos uma noite foi inteira minha. Hoje sorri quando me vi no espelho e em meio à minha barba escura percebi um solitário fio branco, a prova irrefutável de que estou envelhecendo, aprendendo a perder tudo que tenho para quem sabe um dia, poder ensinar algo sobre ganhar o que me falta.

Hoje comemorei com fogos de artifício e champagne as minhas incontáveis derrotas, as inúmeras vezes que passei longe do pódio e nem ao menos pude estimar o peso daquele troféu. Celebrei os gols praticamente feitos que perdi em cima da linha do pênalti, os socos dos quais não fui capaz de esquivar e principalmente, as vezes que subestimei meu adversário e felizmente percebi minha falta de modéstia enquanto superestimava-me. Aplaudi esses tantos tombos com a certeza de que foram eles que me lecionaram o sabor perigoso da vitória e todo o risco presente nas medalhas de ouro que carregamos no peito, como se vestíssemos uma armadura dourada de orgulho.

Hoje cantei Sinatra no banho e sem me importar com meu desafino fiz do xampu microfone, como se pelado eu trajasse chapéu e gravata borboleta, mais que isso: como se de dentro do meu box de vidro transparente eu pudesse enxergar o mundo todo do meu jeito, “My Way”, feito de muita poesia e folhas em branco, prontas para receber a tinta fluorescente dos meus insaciáveis desejos.

Hoje acordei fervendo, com febre de viver e uma incendiária certeza: para abrir os olhos de verdade, não é permitido ser morno. Não importa com qual pé pisará primeiro quando resolver sair da cama e do coma, apenas pise forte e mantenha seus passos com fome, o mundo está ali para que você o devore já! Não espere tanta coisa esfriar.

Ser morno é caminhar em cima do muro, é esperar o tempo passar sem passar pelo tempo. Ser morno é segurar a cintura dela com a mão frouxa, é fazer sexo sem entregar-se até colocar fogo no colchão. Ser morno é desejar coisas medianas e saciar a vontade com coisas menores ainda. Ser morno é fazer striptease pela metade, penetrar pela metade e amar pela metade. Ser morno é estar sempre meia-bomba e não deixar nenhum estilhaço cravado no mundo. Por mais masoquista que pareça, prefira aquilo que queima e inevitavelmente marca – essas são as coisas que, no futuro, te farão olhar pra trás e constatar que a vida valeu a pena."

Autor: Ricardo Coiro.
Fonte: http://www.casalsemvergonha.com.br/2012/05/29/proibido-ser-morno/

Belo texto!
Alguém mais sentiu vontade de bater palmas no final? ;D

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Clube dos Sobreviventes.

"Cristo, sabendo de todas as desgraças pelas quais as pessoas que viviam na mansão tinham passado, talvez V. devesse projetar uma tatuagem para todos. Porque, com toda certeza, o grupo tinha ganhado na loteria no que se referia a grandes impactos.
Ou, Deus, talvez fosse apenas a vida. Para todos no planeta. Talvez o Clube dos Sobreviventes não fosse algo para ser "ganhado", mas simplesmente algo inato, presente desde quando se sai do ventre da mãe. Seu batimento cardíaco o escala para o jogo e depois o resto era apenas uma questão de vocabulário: os substantivos e verbos que descrevem as desgraças nem sempre seriam os mesmos para todos, mas a crueldade aleatória de doenças e acidentes, ser o foco malicioso de homens maus e de ações desagradáveis, o desgosto pela perda com todos os seus chicotes e correntes... no fundo, era tudo a mesma coisa.
E não havia nenhuma cláusula com a opção de exclusão no estatuto do clube - a não ser pelo suicídio.
A verdade essencial da vida, como ele estava começando a compreender, não era romântica e precisava apenas de duas palavras. Desgraças. Acontecem.
Mas o fato é que você continua. Mantendo seus amigos, sua família, seus cônjuges tão seguros quanto possível. E continua lutando mesmo depois de ser derrubado.
Caramba, você levantada da terra e continua a lutar."

John Matthew
- Amante Meu, J. R. Ward

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por meio desta confesso: AMO VOCÊS AMIGAS!



"Cronologicamente falando, Blaylock, filho de Rocke, conhecia Jonh Matthew há apenas pouco mais de um ano.
Mas essa não é uma reflexão verdadeira do relacionamento daquela amizade. Existem duas linhas de tempo na vida das pessoas: a absoluta e a percebida. A absoluta é o ciclo universal que engloba dia e noite, que para eles somava algo como 365 dias. A linha de tempo percebida é o modo como os acontecimentos, a destruição, o treinamento e as lutas se acumulam.
Considerando tudo isso... concluiu que os dois se conheciam há uns 400 mil anos.
E continuariam amigos por muito tempo."


- Blaylock
Amante Meu
J. R. Ward.





“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.


A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.


E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!


Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências .
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.


Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.


Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.


Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.


Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!


A gente não faz amigos, reconhece-os.”

- Vinícius de Moraes





Dedicado à Ana Souza, Isabelle Ferraz e Taís Nóbrega.

Aninha (Gostosura Mel Jabez),
Já te falei uma vez que sempre aguardei a oportunidade de experimentar uma amizade como a nossa.
E não existem palavras que exemplifiquem o quanto fico feliz por ser amiga de alguém que me faça sempre querer ser uma pessoa melhor dentro dos limites humanos. Não existem palavras, mas tudo bem, porque como tudo que acontece conosco, não preciso nem falar, porque você já entendeu.

Belle (Nalla <3),
Fico feliz em fazer parte do reduzido ciclo de pessoas em que você permite que se enxergue a tamanha doçura em você, e nos seus sentimentos.
Sorrio ao perceber em sua impaciência para determinadas coisas que eu me incomodo que coisas pequenas só atingem mentes pequenas. O que faz de cada dia ao seu lado um grande aprendizado.
Espero ter a oportunidade de continuar admirando cada atitude que demonstre toda sua força, toda sua invejável força, numa doce menina mulher.

Galega (do Pescoção),
Sabe que são 8 anos de amizade já é muito. Imagina pra quem só tem 21 anos de idade! E a linha de tempo percebida entre nós só aumenta. Você conhece cada parte boa e ruim minha. Cada tristeza e cada alegria dos últimos tempos. Você conhece minha transformação e minha história. E apesar de tudo, mesmo sendo eu quem eu sou, ainda persiste ao meu lado. Não tenho nem como agradecer. Porque, ou você é louca, ou me ama pra c$#@&! (Desculpa, mas só um xingamento exemplificaria... Rs)


Enfim... Agora é aquele momento em que agradeço a Deus por colocar vocês na minha vida. E depois agradeço a vocês que, por livre-arbítrio, permitem-me ser sua amiga.
E por fim, já falei que amo vocês?

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Desejo

"O desejo nem sempre diminui com o desgosto. Nem pode ser outorgado, como um favor, aos mais merecedores."


Cidade das Cinzas
Cassandra Clare